Claridade branca do meio-dia...

Claridade branca do meio-dia
Ofusca a profundeza azul 
Não permite ao caminhante
Imiscuir-se no vasto abismo
Que nela habita.

Tardes eternas trazem fissuras à luz, e esmagam
O pobre coração sacrílego. Ele corre aflito 
Encerrado no espelho
Sem poder o azul. 

Mas tu há de vir, Mestre poeta. Tua palavra
Abre os sentidos ao Simples, ao Belo. 
Nela, o antigo coração, ébrio da taça escura,
 
Vê grandiosa Natureza, 
Mãe tácita e distante. Seus segredos cantam os poetas,
Pintam os artistas,
Sonha a alma.

- M. S.