Sapho de Lesbos, 630 a.C. Poetisa grega

"Eu amo a doçura do mundo
O amor me concedeu, a luz resplandecente e a beleza do sol.

Parece-me ser igual aos deuses
aquele que, à tua frente, sentado, tua voz deliciosa, deperto,
escuta inclinando o rosto,
e seu riso luminoso que acorda desejos - ah! eu juro
o coração no peito extremesse de pavor,
no instante em que te vejo: dizer não posso mais uma só palavra;

a língua dilacera;
escorre-me sob a pele uma chama furtiva;
os olhos não vêem, os ouvidos zumbem;

um frio suor me recobre, um frêmito corpo
se apodera, mais verde do que as ervas eu fico;
que estou a um passo da morte;

De novo Eros me arrebata
ele, que põe quebrantos no corpo,
Dociamargo, invencível serpente..
Irremediavelmente como a noite segue a rosada aurora,
a morte segue todo o vivente até que finalmente o alcança"



 "Há quem afirme serem nove as musas. Que erro! Pois não vêem que Sapho de Lesbos é a décima?"
(Platão)